segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Cântico Negro

(Hoje sinto-me assim, tal como o poeta.)


"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!



José Régio

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O que a Serra da Estrela tem de melhor

Para desfrutar a paisagem que nos envolve é necessário deixarmos o carro em casa e apreciar a natureza de outra maneira. A pensar no meio ambiente e no nosso bem-estar quer físico e psicológico uma escolha inteligente é a prática de BTT.
E esta é apenas uma visão, a minha. Devo esta motivação a três amantes da natureza e do BTT. Com eles aprendo, desfruto e divirto-me.



A caminho do Fragusto,



No Fragusto,





Ao longe, Belmonte




Ao fundo, o Skiparque, visto da Asinha







Os Cântaros: Raso, Gordo e Magro




O Vale Glaciar e Manteigas




Nas Penhas Douradas,





Mondeguinho,




O bom pão, o bom queijo e o bom presunto da Serra da Estrela... não é só fama :)




Vale do Rossim,




Ao fundo a Santinha




Pinhanços,



Folgosinho,




O Faraó,


A caminho de Videmonte,



O pôr-do-sol visto da Torre de Menagem da cidade da Guarda,


sábado, 3 de abril de 2010

Um funeral à chuva

Um filme que promete ou não relatasse a experiência vivida pelos Ubianos há 10 anos atrás. O tempo voa e há quem queira perpetuar e partilhar esta experiência de ser estudante da Ubi. Telmo Martins, o realizador, vai conseguir este feito.
Desde o argumento, à música e ao espaço seleccionado são todos ingredientes de um filme de grandes expectativas.

Atenção: Estará nos cinemas a partir do dia 3 de Junho.







Mais informações em:


http://www.umfuneralachuva.com/